Projeto do Instituto Federal Farroupilha busca transformar Santa Maria em uma “Cidade Educadora”

Rebeca Kroll

Projeto do Instituto Federal Farroupilha busca transformar Santa Maria em uma “Cidade Educadora”
Fotos: Eduardo Ramos (Diário)

Desde 2020, o Instituto Federal Farroupilha (IFFar) busca qualificar o município de Santa Maria para que ele possa receber o título de “Cidade Educadora”. Para isso, um grupo de trabalho foi criado em parceria com a Prefeitura Municipal, com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com o Distrito Criativo, com o Instituto de Planejamento (IPLAN) e com a Universidade Franciscana (UFN), através do professor Márcio Taschetto. Nos dias 22 e 23 de novembro o projeto realizou o seminário “Santa Maria – Caminhos Para Uma Cidade Educadora”.

O objetivo é ampliar o debate sobre o projeto e mostrar os caminhos que o município deve seguir para alcançar a qualificação. Para isso, foram convidados representantes de cidades do Estado que já são consideradas educadoras como Soledade, Marau e Porto Alegre. Além disso, também estiveram presentes lideranças sociais da cidade e da Região Centro que puderam dar suas sugestões e contribuições.

A expectativa é que em 2023, Santa Maria possa ser incluída na Associação Internacional das Cidades Educadoras (AICE). São mais de 500 municípios pelo mundo que integram a rede, destes 26 estão no Brasil e 12 no Rio Grande do Sul. Segundo a pró-reitora de extensão do IFFar, Ângela Marinho, o projeto trabalha com a perspectiva de que a educação pode acontecer em vários espaços públicos e não só nos locais formais como escolas e universidades.

— Uma cidade educadora potencializa o desenvolvimento humano. Essa iniciativa está além das instituições e de partidos políticos é um movimento no qual a população busca construir uma cidade melhor para aumentar a qualidade de vida e onde as pessoas possam se sentir mais confortáveis, mais seguras e mais felizes. Santa Maria já tem o título de cidade universitária, cidade cultura, então por que não se tornar também uma cidade educadora? — indaga Ângela.

O que é e como funciona

O movimento começou em 1990, com base no I Congresso Internacional de Cidades Educadoras, realizado em Barcelona. Nele um grupo de cidades representadas por seus governos locais, pactuou o objetivo comum de trabalhar juntas em projetos e atividades para melhorar a qualidade de vida dos habitantes.

A iniciativa compreende a cidade como um vasto espaço educador e de aprendizados a partir do reconhecimento de suas riquezas e de seus saberes. De modo a fazer com que os seus moradores saibam reconhecer os elementos da cidade como experiências que necessitam ser valorizadas e passadas para as futuras gerações.

Para alcançar o título, o município precisa seguir e concordar com os compromissos da Carta das Cidades Educadoras e alavancar ações de acordo com eles. O documento elege 20 princípios básicos que regem o impulso educativo das cidades. A secretária municipal de educação, Lúcia Madruga, relata que o executivo está trabalhando em conjunto com o IFFAR para conquistar a certificação.

— Santa Maria é uma cidade educadora por essência, mas é preciso que a cidade assuma o papel educador para a vida de todas as pessoas num sentido inclusivo e integrador. Assumindo o desafio de promover a educação integral de seus habitantes com base no respeito, na tolerância, na participação e no interesse pela coisa pública, desenvolvendo valores e práticas cidadãs — comenta Lúcia.

Princípios

Educação inclusiva ao longo da vida

Política educativa ampla

Diversidade e não discriminação

Acesso à cultura

Diálogo intergeracional

Conhecimento do território

Acesso à informação

Governança e participação dos cidadãos

Acompanhamento e melhoria contínua

Identidade da cidade

Espaço público habitável

Adequação dos equipamentos e serviços municipais

Sustentabilidade

Promoção da saúde

Formação de agentes educativos

Orientação e inserção laboral inclusiva

Inclusão e coesão social

Corresponsabilidade contra as desigualdades

Promoção do associativismo e do voluntariado

Educação para uma cidadania democrática e global

Expansão

Para ampliar a iniciativa e conquistar a qualificação para mais municípios gaúchos, o IFFar firmou uma parceria com as seis cidades que integram o Geoparque Raízes de Pedra: Mata, Jaguari, São Pedro do Sul, São Vicente do Sul, Nova Esperança do Sul e São Francisco de Assis. A coordenadora pedagógica da secretaria de educação de São Pedro do Sul, Eliane Cabral, conta que o município prontamente abraçou o convite e pretende em 2023 dar uma formação especializada aos professores e levar esse conhecimento para os alunos.

— Queremos receber a certificação, pois pensamos em aumentar a qualidade de vida dos nossos moradores e também nos benefícios que ela pode trazer para a nossa cidade. O que me chamou atenção no movimento é que a educação sai do espaço escolar e dissemina uma semente para toda a comunidade. Acredito que pode nos impactar muito positivamente — diz Elaine.

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